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domingo, 2 de janeiro de 2011

História da Primeira Guerra Mundial

Introdução


Conflito militar (1914-1918), que teve início por um enfrentamento regional entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia, em 28 de julho de 1914. Confronto que se tornaria uma luta armada, em escala européia, quando a declaração de guerra austro-húngara foi estendida à Rússia em 1º de agosto de 1914. E que, finalmente passaria a ser uma guerra mundial na qual se envolveram 32 nações: 28 delas, denominadas ‘aliadas’ ou ‘potências coligadas’, entre as quais se encontravam a Grã-Bretanha, a França, a Rússia, a Itália, e os Estados Unidos, lutaram contra a coligação dos chamados impérios centrais, integrada pela Alemanha, pela Áustria-Hungria, pelo império otomano e pela Bulgária.




O arquiduque austríaco Francisco Fernando, herdeiro e sobrinho de Francisco José I, imperador da Áustria. Sua esposa, a condesa bohemia Sofía Chotek, e ele foram assassinados pelo nacionalista sérvio Gavrilo Princip em Sarajevo. Este acontecimento desencadeou a I Guerra Mundial.

A causa imediata do início das hostilidades entre a Áustria-Hungria e a Sérvia foi o assassinato do arquiduque Francisco Fernando de Habsburgo, herdeiro do trono austro-húngaro, ocorrido em Sarajevo, no dia 28 de junho de 1914, por um nacionalista sérvio. Entretanto, os verdadeiros fatores determinantes do conflito foram: o espírito nacionalista que se expandia por toda a Europa durante o século XIX e princípios do XX , e a rivalidade econômica e política entre as nações, o processo de militarização e a corrida armamentista que caracterizaram a sociedade internacional do final do século XIX, raiz da criação de dois sistemas de alianças que se diziam defensivas: a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente. A primeira nasceu do pacto firmado entre a Alemanha, Áustria-Hungria e Itália contra a ameaça de ataque da França. A Tríplice Entente era a aliança entre a Grã-Bretanha, França e Rússia para equilibrar a Tríplice Aliança.

O assassinato do Arquiduque austríaco causou sérias repercussões. Diante da ineficácia das gestões diplomáticas, a Áustria declarou guerra à Sérvia em 28 de julho de 1914. A Rússia respondeu, mobilizando-se contra a Áustria, e a Alemanha lhe declarou guerra em 1º de agosto. As tropas alemãs atravessaram a fronteira do Luxemburgo, em 2 de agosto, e no dia seguinte, 3 de agosto, a Alemanha declarou guerra à França. O governo britânico declarou guerra à Alemanha no dia 4 de agosto. A Itália na neutralidade até 23 de maio de 1915, quando, então, declarou guerra à Áustria-Hungria. O Japão declarou guerra à Alemanha em 23 de agosto de 1914 e em 6 de abril de 1917 os Estados Unidos fizeram o mesmo.

1914-1915: A Guerra de Trincheiras



Em uma das campanhas mais onerosas e trágicas da I Guerra Mundial, as forças britânicas, francesas, australianas e neozelandesas desembarcaram em Gallípoli, a 25 de abril de 1915, objetivando invadir a Turquia e capturar o estreito de Dardanelos. A ineficácia do comando aliado e a resistência dos turcos, comandados por Mustafá Kemal (o futuro presidente da Turquia, Kemal Atatürk), provocou um cruel confronto. As baixas de ambos os lados atingiram mais de 50% das tropas destacadas. As divisões Anzac ficaram especialmente danificadas e esta campanha passou a simbolizar, na Nova Zelândia, a arrogância, crueldade e inaptidão britânicas. Os aliados bateram em retirada finalmente durante os meses de dezembro de 1915 e janeiro de 1916.

As operações militares na Europa evoluiram em três frentes: a ocidental ou franco-belga, a oriental ou russa e a meridional ou sérvia. Depois, surgiriam novas zonas de combate com a intervenção do império otomano, da Itália e da Bulgária.

Na frente ocidental, a estratégia inicial alemã era derrotar de forma rápida a França, no oeste, com uma ‘guerra relâmpago’, enquanto uma pequena parte do exército alemão e todas as forças austro-húngaras conteriam, a leste, a invasão russa. No outono de 1914 a queda da capital francesa parecia tão iminente que o governo francês se mudou para Bordeaux. Porém os franceses, comandados pelo general Joseph Joffre, fizeram um cerco a Paris e atacaram o exército alemão. Na primeira batalha do Marne (de 6 a 9 de setembro), os franceses detiveram o exército alemão. Contudo, no fim de 1914, os adversários ainda estavam entrincheirados, cada um em suas linhas de frente que se estendiam da Suíça ao Mar do Norte. No decurso de três anos poucas modificações aconteceram nestas linhas, o que faria da batalha uma guerra de trincheiras ou de ‘exaustão’.

Os russos tomaram a ofensiva, na frente oriental, no começo da guerra, porém foram detidos pelos exércitos austro-alemães. Em 1915 estes tinham conseguido expulsar os russos da Polônia e da Lituânia e haviam tomado todas as fortalezas limítrofes da Rússia que ficou sem condições de empreender ações significativas por falta de homens e de suprimentos.

Os austríacos invadiram a Sérvia três vezes durante 1914, tendo sido rechaçados em todas. Quando a Bulgária declarou guerra à Sérvia em 14 de outubro de 1915, as forças aliadas adentraram pela Sérvia. Os búlgaros derrotaram o exército sérvio, e tambémo britânico e o francês que vieram de Salonica. No fim de 1915, os impérios centrais haviam ocupado toda a Sérvia.

O império otomano entrou na guerra em 29 de outubro de 1914. Os turcos começaram a invasão da zona russa da cordilheira do Cáucaso em dezembro. O governo russo solicitou aos britânicos que fizessem uma manobra destinada a distrair sua atenção no Estreito de Dardanelos. Porém a Campanha de Gallípoli resultou em fracasso total para as tropas aliadas.

1916: A Estagnação Continua

O triunfo obtido pelos alemães, em 1915, proporcionou condições para eles centrarem suas operações na frente ocidental. Desencadearam a batalha de Verdun em 21 de fevereiro, mas não conseguiram conquistar esta cidade por conta da contra-ofensiva do general francês Henri Philippe Pétain. Os aliados atacaram, por sua vez, na batalha do Somme, que teve início em 1º de julho, na qual os britânicos utilizaram pela primeira vez carros de combates modernos. E os franceses empreenderam nova ofensiva em outubro, restabelecendo a situação que existia antes de fevereiro.

Quanto à situação na frente oriental, os russos atacaram os austríacos na linha que se estendia do sul de Pinsk a Chernovtsi. Apesar de não conseguirem conquistar seus principais objetivos, o ataque russo levaria a Romênia a fazer parte da guerra, dando apoio aos aliados (em 27 de agosto de 1916). As forças austro-alemães invadiram a Romênia (novembro e dezembro) que, em meados de janeiro de 1917, já se encontrava completamente ocupada.

A atividade na frente italiana, no decorrer do ano de 1916, esteve concentrada, na 5ª batalha do Rio Isonzo, e na ofensiva austríaca em Trentino. Nos Balcãs, as potências aliadas intervieram na vida política da Grécia durante todo o ano de 1916, o que causaria a criação de um governo provisório em Salonica. Eclodiram duas lutas nos Balcãs em 1916: o ataque conjunto de sérvios e italianos às forças búlgaras e alemães e uma ofensiva aliada sobre a Macedônia. Aconteceu também o confronto naval mais importante da guerra, a batalha da Jutlândia (31 de maio a 1º de junho) entre a Grande Frota Britânica e a Frota de Ultramar Alemã, que culminaria com a vitória britânica.

1917: Entrada dos Estados Unidos e o Armistício com a Rússia

A política de neutralidade americana se modificou quando a Alemanha declarou, em janeiro de 1917, que a partir de fevereiro recorreria à guerra submarina. Em 3 de fevereiro os Estados Unidos romperam relações diplomáticas com a Alemanha, declarando, em 6 de abril, guerra a este país. Para enfrentar o conflito, mandou para Europa a chamada Força Expedicionária Americana (AEF), liderada pelo general John Pershing. Diversas nações latino-americanas, entre elas o Peru, o Brasil e a Bolívia deram apóio a esta ação. O afundamento de alguns navios levou o Brasil, em 26 de outubro de 1917, a se envolver na guerra, enviando uma divisão naval em apoio aos aliados. Aviadores brasileiros fizeram parte do patrulhamento do Atlântico, navios do Lóide Brasileiro transportaram tropas americanas para a Europa e, para a França, foi enviada uma missão médica.

Em 1917 os aliados lançaram duas ofensivas, em grande escala, para romper as linhas alemães na frente ocidental. Na primeira, o ataque foi dirigido contra a linha Hindenburg, travando-se a terceira batalha de Arras. Na segunda, tentou-se atravessar o flanco direito das posições alemãs em Flandres. A batalha de Messina e a terceira batalha de Ypres chegaram a termo sem nenhum avanço para os aliados. Por outro lado, a guerra submarina alemã fracassava em seu intento de provocar a rendição da Grã-Bretanha por meio da aniquilação da frota aliada.

Em março de 1917 a primeira etapa da Revolução Russa culminou com a implantação de um governo provisório e a abdicação do czar Nicolau II. Em setembro e outubro os alemães tomaram Riga, ocuparam a Letônia e inúmeras ilhas russas do mar Báltico. Em 20 de novembro as autoridades russos propuseram à Alemanha a cessação das hostilidades. Representantes da Rússia, Áustria e Alemanha assinaram o armistício em 15 de dezembro, terminando desta forma com a luta na frente oriental.

Os aliados sofreram vários reveses na frente italiana em 1917. As forças italianas foram obrigadas a se retirar de suas posições no rio Piave. Na frente balcânica, os aliados iniciaram a invasão da Grécia e conquistaram a abdicação de Constantino I. A Grécia declarou guerra aos impérios centrais em 27 de junho. No Oriente Médio os britânicos tomaram Jerusalém, ocuparam Bagdá em março e em setembro já tinham avançado até Ramadi e Tikrit.

1918: Ano Final
Os meses iniciais de 1918 não foram favoráveis às potências aliadas. Em 3 de março a Rússia assinou o Tratado de Brest-Litovsk, com o qual punha oficialmente um fim à guerra entre esta nação e os impérios centrais. Em 7 de maio a Romênia assinou o Tratado de Bucarest com a Áustria-Hungria e a Alemanha, às quais cedia diversos territórios.

Contudo, a luta nos Balcãs, no ano de 1918, foi catastrófica para os impérios centrais. Uma força de cerca de 700.000 soldados aliados começou uma grande ofensiva contra as tropas alemãs, austríacas e búlgaras na Sérvia. E os búlgaros, completamente derrotados, assinaram um armistício com os aliados. Além disso, estes conseguiriam a vitória definitiva na frente italiana entre outubro e novembro. A comoção da derrota causou rebeliões revolucionárias no Império Austro-Húngaro que se viu obrigado a assinar um armistício com os aliados em 3 de novembro. Carlos I abdicou oito dias depois e a 12 de novembro foi proclamada a República da Áustria.

Os aliados também puseram termo à guerra na frente turca de forma que lhes foi satisfatória. As forças britânicas tomaram o Líbano e a Síria, ocupando Damasco, Alepo e outros pontos estratégicos. A Marinha francesa, por sua vez, ocupou Beirute e o governo otomano pediu um armistício. As tropas de elite nas colônias alemães da África e do oceano Pacífico, exceto as que se encontravam na África oriental no fim de 1917 e durante 1918, lutaram na defensiva a maior parte do tempo. Praticamente a totalidade tinha se rendido aos aliados no fim da guerra (1918).

Em princípios de 1918, os alemães resolveram chegar a Paris. Lançaram uma ofensiva, porém, apesar do avanço conseguido, na segunda batalha do Marne o avanço foi detido pelas tropas francesas e americanas. Os britânicos conquistaram terreno ao norte da França e ao longo da costa belga, e as tropas francesas e americanas chegaram ao Sudão em 10 de novembro. A linha Hindenburgo já estava completamente destruída. Em consequência da derrota do exército alemão, a frota alemã amotinou-se, o rei da Baviera foi destronado e o imperador Guilherme II abdicou em novembro, fugindo para os Países Baixos. No dia 9 deste mesmo mês foi proclamada, na Alemanha, a República de Weimar, cujo governo mandou uma comissão para negociar com os aliados. Em 11 de novembro foi assinado o armistício entre a Alemanha e os aliados, com bases em condições impostas pelos vencedores.

O Tratado de Versalhes (1919), que pôs fim à guerra, estipulava que todos os navios aprisionados se tornassem propriedade dos aliados. Em represália a tais condições, em 21 de junho de 1919, os alemães afundaram seus próprios navios em Scapa Flow. As potências vencedoras permitiram que deixassem de ser cumpridos certos itens estabelecidos nos tratados de paz de Versalhes, Saint-Germain-en-Laye, Trianon, Neuilly-sur-le-Seine e Sèvres, o que causaria o ressurgimento do militarismo e de um agressivo nacionalismo na Alemanha, além de agitações sociais que se sucederiam em grande parte da Europa.

Fonte(s) de consulta: História do mundo

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