Extraído de: ABC Politiko - Linha Direta com o Poder - 31 de Maio de 2011
Brasília - O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), voltou atrás e mandou incluir nesta terça-feira referências ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor em uma exposição sobre a história da Casa reinaugurada na véspera.
Com 16 painéis, a exposição localizada no chamado "Túnel do Tempo", corredor que liga o prédio principal do Senado ao Anexo 2, traz fatos históricos sobre a Casa desde sua instalação em 1826, entre eles a Abolição da Escravatura (1888), o Ato Institucional No 5 (1968), e a Constituinte (1988).
A linha do tempo da década dos anos 1990, no entanto, não traz indicação de fato relevante que tenha ocorrido em 1992, ano em que Collor, hoje senador pelo PTB de Alagoas, perdeu o posto de presidente da República.
"Diante da repercussão verificada pelo conteúdo da exposição inaugurada ontem no Túnel do Tempo, o presidente do Senado Federal, senador José Sarney, esclarece que não foi o autor nem o curador da exposição... e que determinou a inclusão do episódio do impeachment do presidente Fernando Collor na linha de eventos na referida mostra", afirma nota divulgada no site do Senado.
A decisão é um recuo na posição adotada por Sarney na segunda-feira, quando a exposição foi reinaugurada. Na ocasião, quando questionado sobre a ausência de referências ao impeachment de Collor, Sarney minimizou a ausência do fato histórico - que avaliou não ser "tão marcante".
"Não posso censurar os historiadores que foram encarregados de fazer a história. Agora, eu acho que talvez esse episódio seja apenas um acidente e não devia ter acontecido na história do Brasil. Não é tão marcante como foram os fatos que aqui estão contados, que construíram a história e não os que, de certo modo, não deviam ter acontecido", disse na segunda.
Collor, primeiro presidente eleito pelo voto popular após mais de duas décadas de Regime Militar, foi destituído em meio a acusações de envolvimento em escândalos e suspeitas de corrupção, como tráfico de influência e irregularidades financeiras.
Ele chegou a renunciar, mas o Senado aprovou a saída do cargo e a perda dos direitos políticos de Collor por oito anos, motivada por forte pressão popular.
Fonte: Agência Estado
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