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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Defesa de dono da Kiss tenta prorrogar prisão


Extraído de: Associação do Ministério Público de Minas Gerais  - 7 horas atrás


Pedido surpreende; para advogado, polícia precisa de tempo para trabalhar

Jader Marques, advogado de Elissandro Spohr, o Kiko, um dos sócios da boate Kiss, em Santa Maria, pediu ontem à Justiça a prorrogação por 30 dias da prisão provisória do empresário, um dos que a polícia responsabilizou do incêndio que matou 239 pessoas na boate. O pedido, inusitado, surpreendeu a polícia gaúcha e até a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Segundo Marques, o pedido é para permitir que a polícia ganhe mais um mês para concluir as investigações sobre o incêndio, ocorrido na madrugada de 27 de janeiro. O advogado criticou o trabalho policial, que classificou como "atentado contra o direito de defesa".

- Ele oferece sua liberdade para que a autoridade policial tenha tempo de ouvi-lo, para deixá-lo exercer seu direito de defesa. Não há hipótese de prisão preventiva, porque o réu não se opõe e nem dificulta o inquérito. Entregar ao Ministério Público uma peça incompleta é dizer que materialmente a investigação não está pronta - alegou Marques.

O advogado disse ainda que Kiko aceitou ser transferido para a Penitenciária Estadual de Santa Maria, depois de receber alta do hospital de Cruz Alta, para que fosse ouvido pela polícia. Marques informou que o empresário quer contrapor as informações dos bombeiros sobre a colocação da espuma tóxica no teto da Kiss, e também as do engenheiro que recomendou o material, além de uma ex-funcionária da boate que acusa o empresário como responsável pelo incêndio.

Além disso, Kiko quer ser acareado com os dois integrantes da banda Gurizada Fandangueira que estão presos, além de participar de nova reconstituição do acidente.

- Possivelmente não há outra pessoa capaz de identificar a Kiss, mesmo que sob escombros, com mais facilidade do que ele. Kiko quer o direito de voltar à boate com os peritos para explicar até onde a espuma cobria o teto - disse o advogado.

Marques reclamou que a polícia não ouviu a namorada de Kiko, Nathália Doronche, que estava na boate na noite da tragédia. Para o advogado, a presença dela seria uma prova de que não houve dolo por parte de Kiko.

A OAB refutou as acusações de cerceamento de defesa por parte de Marques. Segundo o presidente da seccional Santa Maria da OAB, Péricles da Costa, não há nenhuma anormalidade na investigação policial:

- A OAB acompanha o inquérito desde o princípio e não fez nenhuma observação que macule ou denote pressa ou ânsia por parte da polícia em concluir a investigação. Pelo contrário. O que observamos foi cuidado e rigor no trabalho. (O Globo)

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