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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Artigo: À espera da Copa de 2014

Brasília, 01/08/2011 - O artigo "À espera da Copa de 2014" é de autoria do diretor-tesoureiro do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Miguel Cançado, e foi publicado na edição de hoje (01) do jornal O Popular (GO):

"O Brasil já entrou em campo para o maior espetáculo esportivo da terra. E vai jogar em casa essa partida que ocorrerá em 2014. Mas também já sabemos, entrou da pior maneira possível. Com escalação e com planejamento de time de quinta categoria. Em todos os setores da partida já iniciada, a improvisação e o despreparo são gritantes.

Não falo aqui da seleção que vai disputar as partidas da Copa de 2014, que também é alvo de muitas preocupações. Falo da grave situação de estarmos vendo que a preparação para um evento cujo orçamento total atinge a estratosférica quantia de 40 bilhões de dólares em investimentos diretos (segundo levantamento da Consultoria Legislativa do Senado) está ocorrendo na base da mais pueril das desorganizações.

Na conta dos U$ 40 bilhões estão previstos os gastos com obras de infraestrutura: estádios, mobilidade urbana, portos, aeroportos, telecomunicações, energia, segurança, saúde e hotelaria. De acordo com o órgão responsável pela pesquisa, trata-se da copa mais cara da história. E, apesar disto, quase quatro anos após ser escolhido país sede, só agora começa a cair a ficha das autoridades brasileiras.

No campo das obras públicas, um dos fantasmas que mais assombra o povo brasileiro é o superfaturamento. E não é sem razão, considerando nosso histórico de escândalos envolvendo "esquemas" de corrupção e propina nessa seara. Mas, ainda assim, fomos deixando quase tudo para depois. E aí entra em cena essa história de Regime Diferenciado de Contratações (RDC) aprovado pelo Legislativo para flexibilizar as regras de licitações para as obras da Copa. É a necessidade de cumprimento de prazos conduzindo o desespero de ver que 2014 já é daqui a pouco.

Para não falar da carência brutal de novos e melhores aeroportos, uma das maiores deficiências estruturais desse País canarinho, o lançamento das obras do chamado Itaquerão, do Corinthians, é o maior exemplo de como vão mal as coisas, e, sobretudo, de como temos, cidadãos/torcedores brasileiros, com o que nos preocupar.

Mas o que se pode esperar de melhoria do setor aéreo? A realidade que vemos hoje, sem querer parecer o mais pessimista dos torcedores brasileiros, é que talvez passemos por vexames e graves problemas com nossos visitantes. Afinal, a pouco mais de três anos para a realização do grande evento, a situação é de aeroportos com saguões lotados, filas intermináveis, falta de informação e desorganização.

Há muita expectativa de que os vultosos investimentos possam melhorar, também, a estrutura de saúde, segurança e transporte público. Mas também não temos visto muitas notícias positivas e ações efetivas de avanços nessas áreas. Só nos resta gritar e levantar os braços para dizer: mexe nesse time, vira o jogo Brasil!"

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