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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Acusado de quebrar decoro

Extraído de: Jornal O Fluminense  - 06 de Abril de 2012


Bolsonaro pode ser alvo de novo processo

O presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, enviou para a Corregedoria Parlamentar pedido da Comissão de Direitos Humanos e Minorias para que seja aberto processo por quebra de decoro parlamentar contra o deputado Jair Bolsonaro (PP).

Segundo o presidente da comissão, deputado Domingos Dutra (PT-MA), Bolsonaro teria tentado obstruir os trabalhos da Comissão Parlamentar Memória, Verdade e Justiça, que, na terça-feira, se reuniu pela primeira vez para ouvir, em sessão fechada, ex-integrantes do Exército que participaram da Guerrilha do Araguaia. A comissão parlamentar é ligada à Comissão de Direitos Humanos.

"Apesar de não fazer parte nem da Comissão da Verdade, nem da Comissão de Direitos Humanos, ele tentou obstruir os trabalhos e paralisar as atividades da comissão. Ele tentou intimidar os depoentes, tirando fotografias às escondidas. Essas pessoas estão traumatizadas, se sentem ameaçadas de morte e o deputado Jair Bolsonaro tentou evitar isso (o depoimento). Não conseguindo, ele ficou no corredor, aos berros, fazendo ameaças a todo mundo", relatou Dutra.

O deputado Chico Alencar (PSOL) disse ainda que Bolsonaro teria agredido verbalmente um funcionário da Comissão de Direitos Humanos. Segundo Alencar, o deputado quis tomar papéis e documentos do servidor, que teria se negado a entregar argumentando que precisava da autorização.

Bolsonaro disse, porém, que apenas pediu uma página com os nomes dos depoentes. Quando uma funcionária da comissão ia lhe entregar, o servidor teria impedido. O deputado, então, pediu a um assessor que trouxesse uma máquina fotográfica para tirar uma foto do funcionário e identificá-lo.

"Eu estava saindo e ele foi atrás de mim e tentou arrancar a máquina fotográfica da minha mão, e daí começou a confusão. Esse funcionário, apoiado por Domingos Dutra, e todos os demais que estavam lá na mesa, começaram a me ofender também. Daí eu falei para ele: ‘A conversa não chegou no chiqueiro, na pocilga’. Falei para ele, qual o problema?", afirmou.

Bolsonaro afirmou ter se indignado com o fato de a reunião ter ocorrido a portas fechadas. Para ele, a comissão é autoritária porque não abre espaço para o contraditório. Ele ainda acusou os integrantes do grupo de estarem selecionando depoentes para a Comissão da Verdade, ligada à Presidência da República, que irá investigar os crimes contra os direitos humanos ocorridos no período da ditadura.

"Comissão da Verdade secreta? Onde estamos? Vamos falar a verdade aberta à imprensa. Estão preparando aqui os depoimentos?", questionou o deputado.

A coordenadora da Comissão Parlamentar da Verdade, deputada Luiza Erundina (PSB-SP), informou que a reunião ocorreu a portas fechadas para proteger os depoentes porque dois deles sofreram atentados nas últimas semanas.

O FLUMINENSE

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