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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Justiça do Egito dissolve Parlamento antes de eleição presidencial

Extraído de: Reuters Brasil  - 14 de Junho de 2012


Por Dina Zayed e Shaimaa Fayed

CAIRO, 14 Jun (Reuters) - A Suprema Corte do Egito determinou nesta quinta-feira a dissolução do Parlamento liderado pelos islâmicos, tumultuando uma transição delicada para a democracia a apenas dois dias do segundo turno da eleição para escolher o substituto do líder deposto Hosni Mubarak.

Os políticos islâmicos censuraram o que chamaram de "golpe" do establishment liderado pelo Exército, ainda repleto de oficiais da era Mubarak. Eles afirmaram que o movimento das ruas que deu início à insurreição popular do ano passado não deixará isso barato.

Do lado de fora da corte constitucional, manifestantes cantavam "Abaixo, abaixo o governo militar" e jogaram pedras nos soldados que faziam um cordão de segurança. Centenas de soldados e rolos de arame farpado protegiam a sede do tribunal, à beira do rio Nilo. O alvo dos manifestantes são os "feloul", como são conhecidos os remanescentes do antigo regime.

A eleição parlamentar deste ano colocou os islâmicos, que durante muito tempo foram reprimidos sob o regime Mubarak, em uma posição de comando no Poder Legislativo -- um feito que a Irmandade Muçulmana espera repetir com o seu candidato na eleição presidencial de sábado e domingo. Esses ganhos parlamentares agora serão colocados de novo em disputa em uma nova eleição.

Em outro revés para os islâmicos, a Suprema Corte Constitucional determinou que o último primeiro-ministro de Mubarak, Ahmed Shafik, poderá permanecer na disputa presidencial contra Mohamed Morsy, da Irmandade.

Militar da reserva indicado para premiê nos últimos dias do governo de Mubarak, Shafik classificou as decisões de "históricas".

A perspectiva de escolher entre dois candidatos que não estiveram ligados à revolução anti-Mubarak desagrada muitos manifestantes.

"A decisão relacionada ao Parlamento inclui a dissolução da câmara baixa do Parlamento em sua totalidade", disse o presidente da corte constitucional, Farouk Soltan, à Reuters.

Uma nova eleição terá de ser convocada pelo Poder Executivo, disse ele.

Mais cedo, a corte decidiu derrubar uma lei aprovada pelo Parlamento liderado pelos islâmicos que teria barrado a participação de autoridades da era Mubarak na disputa presidencial. A legislação foi criada para manter Shafik e outros fora da disputa.

A lei inicialmente levou as autoridades a cancelarem a candidatura de Shafik, mas ele obteve uma liminar para participar. Uma instância inferior já tinha recomendado que ela fosse revogada.

Há 16 meses, desde que Mubarak foi derrubado após 30 anos no poder, generais supervisionam uma transição marcada por contendas políticas, protestos e, muitas vezes, violência.

(Reportagem adicional de Tom Perry)

Autor: (Reportagem adicional de Tom Perry)

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