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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

'Um irresponsável', diz advogado de Bruno sobre preso que o denunciou

Goleiro Bruno Fernandes, na saída do Deoesp, em Belo Horizonte, após depoimento desta terça-feira (Foto: Raquel Freitas/G1)
Goleiro Bruno Fernandes, na saída do Deoesp, em
Belo Horizonte, após depoimento desta terça-feira
(Foto: Raquel Freitas/G1)
Raquel Freitas Do G1 MG

Goleiro prestou depoimento sobre ameaça de morte a várias pessoas.
Ele e Bola foram apontados por outro preso como planejadores dos crimes.
 
O goleiro Bruno prestou depoimento, nesta terça-feira (20), sobre ameaças de morte a várias pessoas envolvidas no processo que investiga o desaparecimento e morte de Eliza Samudio. De acordo com o delegado Islande Batista, que ouviu Bruno, a denúncia de ameaça de morte que envolve o goleiro e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, partiu de um outro detento. Segundo o advogado Francisco Simim, que se diz defensor do goleiro, "o preso é um irresponsável que, provalmente, tinha algum interesse em prejudicar o Bruno".
Segundo o delegado, este detento revelou à Justiça ter ouvido uma conversa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que citava o goleiro Bruno, dizendo que os dois planejavam a morte da juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que preside o processo; do delegado Edson Moreira, chefe do inquérito; do presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, deputado Durval Ângelo; do ex-advogado do Bruno Ércio Quaresma; e do advogado José Arteiro, que defende a família de Eliza Samudio. A circunstância desta conversa citada pelo denunciante não foi divulgada.
No começo da tarde, a Polícia Civil informou que a razão do depoimento do goleiro Bruno era para esclarecer supostas ameaças de morte que Bola estaria sofrendo. Mas, após o depoimento, por volta das 16h45, o delegado Islande Batista retificou a informação, dizendo que a denúncia era sobre a ameaças sobre as pessoas acima citadas.
O goleiro, que está detido na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, negou envolvimento com o caso. Bola está preso no presídio de São Joaquim de Bicas, também na Grande BH. Ainda de acordo com o delegado, o preso disse que as mortes seriam encomendadas ao traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, apontado como chefe do tráfico na Rocinha, no Rio de Janeiro, e preso no dia 10 de novembro deste ano.
Após a denúncia deste preso, de acordo com o delegado, a Justiça procurou a Polícia Civil, para que fossem feitas as investigações, que começaram há 30 dias. O Departamento de Operações Especiais (Deoesp) foi designado para apurar o caso. Bruno foi ouvido pelo delegado Islande Batista a portas fechadas, e não falou nada nem na chegada e nem na saída. Os advogados Francisco e Walace Simim, que se declaram novos defensores do goleiro após a saída de Cláudio Dalledone, acompanharam o depoimento. A Justiça ainda não confirmou a oficialização da troca da defesa do goleiro.
Batista disse que Bola também vai ser ouvido pela polícia, mas ainda sem data confirmada.
Casamento de Bruno e Ingrid
Segundo Simim, o casamento de Bruno com Ingrid Oliveira, que estaria marcado para este dezembro, não será realizado, e ainda não tem data marcada. Mas confirmou o divórcio do goleiro da ex-mulher, Dayanne Souza. O defensor ainda disse que o goleiro, preso desde julho de 2010, vai  passar mais um aniversário preso. Bruno completa 27 anos na próxima sexta-feira, 23 de dezembro.
Trabalho na prisão
Bruno Fernandes, preso acusado do desaparecimento e morte de Eliza Samudio, é um dos 11.300 detentos do sistema prisional de Minas Gerais que trabalham enquanto cumprem pena, de acordo com o governo. Pelo serviço, ele recebe três quartos do valor do salário-mínimo.
Bruno desenvolve estas atividades desde julho deste ano e recebe a remuneração por determinação da Lei de Execuções Penais (LEP). A medida vale como redução da pena referente à condenação de Bruno em processo no Rio de Janeiro, informou a secretaria.
A secretaria informou que ele foi selecionado pela Comissão Técnica de Classificação (CTC) da unidade, que é uma equipe multiprofissional de avaliação, composta por médicos, psicólogos, enfermeiros, pedagogos, dentistas, gerentes de produção e diretores.
Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus vão a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.
Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
O goleiro, o amigo Luiz Henrique Romão – conhecido como Macarrão –, e o primo Sérgio Rosa Sales vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Sérgio responde ao processo em liberdade. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.

Fonte: Portal G1

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