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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Caso Lanusse: Encerrada a fase de Instrução no processo que apura a morte da jornalista

Extraído de: Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios  - 21 de Setembro de 2011


O juiz do Tribunal do Júri de Brasília interrogou nesta quarta-feira o médico Haeckel Cabral Moraes, responsável pelo procedimento cirúrgico no qual Lanusse Martins Barbosa veio a óbito. O interrogatório do médico encerra a fase de Instrução no processo que apura a morte da jornalista. Os autos seguem agora para as alegações finais das partes: MPDFT, assistente de acusação e defesa do réu. A sentença de pronúncia será prolatada após retorno do processo ao cartório, previsto para 10/10.

Durante o interrogatório, o médico Haeckel Cabral apresentou fotos de um procedimento de lipo aspiração e demonstrou como é feito o manuseio da cânula. Ele explicou que são usadas as duas mãos durante a aspiração da gordura, uma para introduzir a cânula na pele da paciente e a outra para segurar a região que está sendo aspirada. Com essa técnica, o médico tem absoluto controle sobre o procedimento. Segundo o interrogado, os casos de perfuração de órgãos são raros e ocorrem com profissionais não habilitados em cirurgia plástica.

No caso da jornalista, o doutor Haeckel afirmou ter ocorrido uma fatalidade, pois em nenhum momento, durante a operação, a paciente apresentou quadro de hemorragia. Como a pressão e os batimentos cardíacos dela baixaram de repente, todos os procedimentos para reanimação foram tomados, utilizando-se de todos os protocolos mais modernos recomendados atualmente.

O médico afirmou que a morte da jornalista na mesa de cirurgia foi devastadora em todos os sentidos para ele: emocional, profissional e finaceiro. Mas, tudo o que podia ser feito naquele momento, a equipe médica fez. Eles tinham a disposição, num raio de 700 metros, quatro hospitais de grande porte, com UTI, banco de sangue, além de ambulância para transportar pacientes em casos de intercorrência. Porém, no caso de Lanusse nada pode ser feito, pois em nenhum momento o quadro dela foi estabilizado.

Além do doutor Haeckel, o juiz do Tribunal do Júri de Brasília ouviu pela manhã o médico Álvaro Júnior, arrolado pela defesa como testemunha. O médico, que foi durante três anos, chefe do serviço médico de emergência do Hospital de Base, afirmou que os procedimentos adotados pelo acusado foram os necessários para a situação. Em seu depoimento, o médico confirmou que o quadro clínico apresentado pela jornalista Lanusse, durante a cirurgia, não apontava para uma possibilidade de hemorragia interna, como consta da causa do óbito, mas sim para uma deficiência cardiorrespiratória e pulmonar. Por isso, ele considerava que os procedimentos adotados foram os corretos.

Encerrada a fase de Instrução, o processo segue agora para a sentença de pronúncia, na qual o juiz decide se pronúncia o réu para que ele seja julgado pelo júri popular; se desclassifica o crime para homicídio culposo ou se absolve o réu, sumariamente, por entender que o que houve realmente, nesse caso, foi uma triste fatalidade.

Nº do processo: 2010.01.1.017039-6

Autor: AF

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