São José do Rio Preto (SP), 07/09/2011 - O editorial "Ladainha repetida" foi publicado na edição de hoje do jornal Diário da Região, de São José do Rio Preto, em São Paulo:
"O PT, sempre que pode, volta a insistir na tecla do controle social da mídia. É verdade que a resolução política aprovada no 4º Congresso Nacional do PT, no último fim de semana, baixou em alguns decibéis o discurso raivoso de antes, em boa parte porque a própria presidente Dilma Rousseff parece não ter tantas restrições à livre imprensa quanto seu antecessor. A sigla mudou o tom, mas o conteúdo é praticamente o mesmo. No documento divulgado domingo, o PT defende que o Congresso Nacional abra debate sobre o marco regulador da comunicação social. Esse é, realmente, um assunto que merece atenção, discussão e deliberação dos senadores e deputados, já que o atual modelo não abrange os avanços tecnológicos dos últimos anos, como a consolidação da internet como veículo de informação.
Porém, é um assunto totalmente técnico, que nada tem a ver com o conteúdo produzido pelos órgãos de comunicação. É interessante que esse assunto veio à tona no momento em que se propõe, no Congresso, a criação de uma CPI da Corrupção, destinada a investigar falcatruas denunciadas por órgãos de imprensa. Não há como negar, e a própria presidente Dilma é testemunha disto, que a corrupção alastrou seus tentáculos por vários setores do governo. O desmonte ocorrido no Ministério dos Transportes, com a queda inclusive do ministro, não deixa mentir. Sem contar a Operação Voucher da Polícia Federal, que recentemente prendeu 38 acusados de desvio dinheiro público em esquemas dentro da pasta de Turismo.
Para os petistas, imprensa democrática é aquela que fala bem do governo. Desde que, obviamente, o governo seja petista. Do contrário, está a serviço "dos monopólios" e "do capital" e precisa ser colocada no cabresto. As investidas autoritárias do PT devem, claro, ser repudiadas com toda veemência. Mas não deixa de ser gratificante ver que tanta ira e fúria não encontram eco na sociedade. O próprio presidente nacioal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, disse que a resolução aprovada pelo PT é "assustadora". "Não há democracia sem uma imprensa livre", afirmou Cavalcante. O fato de o partido ter abandonado o tal "controle social da mídia" e tentar distorcer o real sentido do marco regulatório da comunicação social revela que, apesar dos pesares, nem internamente essa ideia ditatorial tem total apoio. Mas é preciso vigilância para que os esqueletos não resolvam sair do armário.
"O PT, sempre que pode, volta a insistir na tecla do controle social da mídia. É verdade que a resolução política aprovada no 4º Congresso Nacional do PT, no último fim de semana, baixou em alguns decibéis o discurso raivoso de antes, em boa parte porque a própria presidente Dilma Rousseff parece não ter tantas restrições à livre imprensa quanto seu antecessor. A sigla mudou o tom, mas o conteúdo é praticamente o mesmo. No documento divulgado domingo, o PT defende que o Congresso Nacional abra debate sobre o marco regulador da comunicação social. Esse é, realmente, um assunto que merece atenção, discussão e deliberação dos senadores e deputados, já que o atual modelo não abrange os avanços tecnológicos dos últimos anos, como a consolidação da internet como veículo de informação.
Porém, é um assunto totalmente técnico, que nada tem a ver com o conteúdo produzido pelos órgãos de comunicação. É interessante que esse assunto veio à tona no momento em que se propõe, no Congresso, a criação de uma CPI da Corrupção, destinada a investigar falcatruas denunciadas por órgãos de imprensa. Não há como negar, e a própria presidente Dilma é testemunha disto, que a corrupção alastrou seus tentáculos por vários setores do governo. O desmonte ocorrido no Ministério dos Transportes, com a queda inclusive do ministro, não deixa mentir. Sem contar a Operação Voucher da Polícia Federal, que recentemente prendeu 38 acusados de desvio dinheiro público em esquemas dentro da pasta de Turismo.
Para os petistas, imprensa democrática é aquela que fala bem do governo. Desde que, obviamente, o governo seja petista. Do contrário, está a serviço "dos monopólios" e "do capital" e precisa ser colocada no cabresto. As investidas autoritárias do PT devem, claro, ser repudiadas com toda veemência. Mas não deixa de ser gratificante ver que tanta ira e fúria não encontram eco na sociedade. O próprio presidente nacioal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, disse que a resolução aprovada pelo PT é "assustadora". "Não há democracia sem uma imprensa livre", afirmou Cavalcante. O fato de o partido ter abandonado o tal "controle social da mídia" e tentar distorcer o real sentido do marco regulatório da comunicação social revela que, apesar dos pesares, nem internamente essa ideia ditatorial tem total apoio. Mas é preciso vigilância para que os esqueletos não resolvam sair do armário.
Fonte: Portal OAB
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