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quinta-feira, 31 de maio de 2012

CPMI quebra sigilo de Demóstenes, mas adia sigilos de outros políticos

Extraído de: Câmara dos Deputados  - 30 de Maio de 2012


A CPMI considerou justificada a quebra de sigilo do senador Demóstenes Torres, a partir das ligações apontadas pela Polícia Federal. A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira quebrou nesta quarta-feira os sigilos bancário, fiscal e telefônico do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). Na mesma sessão, os parlamentares resolveram adiar a quebra de sigilos do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) e dos deputados Carlos Alberto Leréia (PSDB-GO), Stepan Nercessian (PPS-RJ) e Sandes Júnior (PP-GO). Os deputados já apresentaram suas defesas.

Quanto ao senador Demóstenes não houve muita discussão, pois, na avaliação dos parlamentares, segundo as diversas interceptações telefônicas da Polícia Federal (PF) nas operações Vegas e Monte Carlo, as ligações dele com o contraventor Carlinhos Cachoeira justificam a quebra de sigilo.

De acordo com o relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), já há indícios para que se peça a quebra de sigilo de Perillo porque há 253 citações ao governador nas escutas telefônicas e porque os cheques da compra de uma casa foram depositados em sua conta, com dinheiro que supostamente pertence ao esquema de corrupção de Cachoeira.

Mas o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) argumentou que ainda não era a hora para quebra de sigilo dos governadores citados porque é preciso avançar nas investigações. A oposição queria incluir também a quebra de sigilo do governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), que não chegou a ser discutida. Para a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), não se pode escolher entre os governadores na hora da quebra de sigilo, é preciso ter um tratamento igual para todos.

Sigilos

A CPMI também requisitou os dados bancários e telefônicos de 19 empresas citadas nas investigações, e de Cláudio Kratka, citado pela PF como agiota que facilitaria a lavagem de dinheiro do esquema no Distrito Federal.

Os parlamentares ainda decidiram pedir ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), do Banco Central, informações sobre movimentações financeiras atípicas de Demóstenes e de Cachoeira.

Depoimentos

Seis depoimentos estavam marcados para hoje, mas a CPMI não conseguiu ouvir nenhum deles. Dois não compareceram, e os outros quatro decidiram ficar em silêncio. Apenas Lenine Araújo de Souza, acusado ser o operador de um esquema de caça-níqueis em diversos estados, em nome de Carlinhos Cachoeira, disse que quer colaborar com a investigação da CPMI, e apenas pediu que seu depoimento seja adiado. Ele está preso na Papuda em Brasília.

Lenine informou que vai ouvir nesta quinta-feira os argumentos de testemunhas de acusação no processo criminal que enfrenta, em Goiânia (GO), e que ele próprio será ouvido, na sexta-feira, pelos juízes responsáveis. Por isso, a CPMI decidiu ouvi-lo somente na semana que vem. Ele negou que seja sócio de qualquer empresa envolvida nas denúncias e negou também que seja braço direito de Cachoeira, como vem sendo noticiado. Ele disse que se sente injustiçado e humilhado.

Calados

Cláudio Abreu, ex-diretor da empresa Delta no Centro-Oeste, Gleyb Ferreira da Cruz, e José Olímpio de Queiroga Neto, estes dois apontados como colaboradores de Cachoeira, se recusaram a prestar esclarecimentos, e permaneceram calados.

Rodrigo Moral Dall Agnol, que falaria como testemunha, obteve um habeas corpus para não comparecer na CPMI porque, segunda a ministra Rosa Weber, do Superior Tribunal de Justiça, que analisou o pedido de Agnol, não havia clareza se ele compareceria como testemunha ou como investigado.

Jayme Eduardo Rincón, convocado como testemunha, também não compareceu porque sofreu um aneurisma cerebral. Foi apresentado na CMPI um atestado médico e uma solicitação para que o seu depoimento seja adiado.

Autor: Agência Câmara

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