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terça-feira, 8 de maio de 2012

Juiz manda prender dois PMs por massacre em Carajás

Extraído de: Sindicato dos trabalhadores do Poder Judiciário Federal...  - 7 horas atrás

O juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Edmar Pereira, expediu, na manhã desta segunda-feira, 7, o mandado de prisão dos policiais militares coronel Mário Colares Pantoja e do tenente José Maria Pereira de Oliveira, acusados de comandar o assassinato de 19 sem-terra, em 17 de abril de 1996, na região de Eldorado dos Carajás (PA).

Após recorrerem em liberdade durante 16 anos, todas as instâncias rejeitaram o processo de defesa dos acusados. Um oficial de Justiça já foi encarregado de seguir com policiais para a procura e prisão dos PMs. As informações são da Assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJE-PA).

Em 17 de abril de 1996, os cerca de 1.500 trabalhadores sem-terra realizavam uma manifestação na rodovia PA-150, próximo à cidade de Eldorado dos Carajás (PA). Para conter o protesto, o então secretário da Segurança do Pará, Paulo Sette Câmara, autorizou a Polícia Militar a fazer uso da força necessária para acabar com o protesto. Os policiais abriram fogo e a reintegração da rodovia acabou com a morte de 19 trabalhadores. Em 1999, no local onde houve o massacre, 19 troncos de castanheira queimados, que vistos do alto formam o mapa do Brasil, foram erguidos em homenagem aos sem terra assassinados.

>> O QUE FOI O MASSACRE DE ELDORADO DOS CARAJÁS?

O massacre ocorreu em 17 de abril de 1996, por volta das 17h, quando cerca de 1.100 sem-terra ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) interditavam a rodovia PA-150, na altura da curva do S, em Eldorado dos Carajás (a 754 km de Belém). Os manifestantes marchavam rumo à capital paraense para exigir a desapropriação da fazenda Macaxeira, em Curionópolis (PA), ocupada por 1.500 famílias havia 11 dias.

Do gabinete do governador Almir Gabriel (PSDB) partiu a ordem para "desobstruir" a via; o secretário de Segurança Pública, Paulo Sette Câmara, reforçou a orientação e autorizou o uso da força policial para tirar os manifestantes da rodovia. Pantoja disse, em seu depoimento no Tribunal do Júri, que tentou argumentar com seus superiores para que a tropa de choque fosse chamada para a operação, já que seus comandados não teriam condições para cumprir a ordem, mas teve o pedido rejeitado.

Orientado a seguir com a desobstrução, o coronel partiu de Marabá com policiais munidos de armamentos pesados. No lado oposto da PA-150, a partir de Parauapebas, vieram os comandados de Oliveira, também fortemente armados. Na curva do S, onde a multidão se aglomerava, os PMs utilizaram bombas de gás lacrimogêneo para liberar a rodovia.

Os sem-terra revidaram atirando pedras e paus contra os policiais. Em seguida, alguns PMs passaram a disparar com armas de fogo em direção aos manifestantes. Apesar dos tiros, a maioria das mortes não ocorreu no momento do enfrentamento, mas alguns instantes depois, quando os trabalhadores já estavam rendidos, segundo a perícia.

(Fonte: http://noticias.uol.com.br/política/2011/04/17/apos-15-anos-dois-unicos-condenados-pelo-massacre-de-eldorado-dos-carajas-continuam-soltos.jhtm )

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