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sexta-feira, 25 de maio de 2012

Reu em ação penal, depoente pode ficar calado em CPI

Extraído de: Direito Público  - 14 horas atrás


A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, concedeu liminar em Habeas Corpus pedido pela defesa de Cláudio Dias de Abreu, diretor da construtora Delta, para lhe assegurar o direito de ser assistido e de se comunicar com seus advogados, bem como de permanecer em silêncio durante sua inquirição na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as atividades do lobista e empresário do jogo Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

De acordo com o HC, Cláudio Abreu responde a duas ações penais, instauradas a partir das operações Monte Carlo e Saint Michel. Recolhido à prisão desde 25 de abril, tem depoimento marcado na CPMI para o dia 29 de maio, como testemunha.

A defesa sustenta que, ao comparecer à CPMI para falar sobre o mesmo tema das ações penais, Abreu terá de prestar o compromisso de dizer a verdade, o que é incompatível com o direito do exercício ao silêncio garantido para quem está respondendo a procedimentos investigatórios. Tal circunstância caracterizaria, segundo seus advogados, constrangimento legal insanável.

Na decisão, a ministra Cármen Lúcia assinalou que a jurisprudência do STF é no sentido de ser oponível às Comissões Parlamentares de Inquérito a garantia constitucional contra a autoincriminação. Entre os precedentes, cita a decisão da Corte no HC 95.037. O direito ao silêncio mencionado na vasta e sedimentada jurisprudência deste STF refere-se, como é óbvio, ao direito de se calar para não se autoincriminar, nos termos constitucionalmente assegurados (artigo 5º, inciso LXIII, da Constituição brasileira), afirma a relatora.

O convocado decide sobre o que há de responder ou não sobre o conteúdo do que lhe seja perguntado, para tanto podendo inclusive contar com o apoio de seus advogados, sempre considerando os limites do que pode ser base à sua autoincriminação, e apenas isso, destaca a ministra.

Além do direito ao silêncio e de ser assistido por seus advogados, a liminar garante a Abreu, ainda, o direito de não assinar temos ou firmar compromisso na condição de investigado ou de testemunha. Com informações da Assessoria de Imprensa do STF.

HC: 113.665

Fonte: Conjur

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