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sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

ALCOOLISMO

O uso de substâncias que modificam o estado psicológico tem ocorrido em todas as culturas conhecidas desde a Antigüidade. Em sociedades modernas, especialmente as ocidentais, o uso descontrolado destas substâncias tornou-se um dos principais problemas de saúde pública. Praticamente todos já tiveram algum tipo de contato com cafeína ou nicotina (cigarros) e a grande maioria já experimentou álcool.
O alcoolismo é uma doença que afeta a saúde física, o bem estar emocional e o comportamento do indivíduo. Segundo estatísticas americanas, atinge 14% de sua população e no Brasil estima-se que entre 10 a 20% da população sofra deste mal. O álcool é classificado como um depressor do sistema nervoso central.
Efeitos físicos 
Os efeitos físicos ocasionados pelo álcool são: 
*Diminuição dos reflexos.
*O uso a longo prazo aumenta o risco de doenças como o câncer na língua, boca, esôfago, laringe, fígado e vesícula biliar.
*Pode ocasionar hepatite, cirrose, gastrite e úlcera.
*Quando usado em grande quantidade pode ocasionar danos cerebrais irreversíveis.
*Pode levar à desnutrição.
*Pode causar problemas cardíacos e de pressão arterial.
*É uma causa conhecida de malformação congênita quando usado durante a gestação.

Efeitos emocionais 
Os efeitos emocionais e comportamentais são: 
*Perda da inibição, sendo que pessoa intoxicada com álcool pode fazer coisas que normalmente não faria, como, por exemplo, dirigir um carro em alta velocidade.
*Alteração do humor, ocasionando raiva, comportamento violento, depressão e até mesmo suicídio.
*Pode resultar em perda de memória.
*Prejuízo na vida familiar do alcoolista, ocasionando desentendimento entre o casal, e problemas emocionais a longo prazo nas crianças.
*Diminuição da produtividade no trabalho.

Como a pessoa desenvolve alcoolismo? 

Um indivíduo pode tornar-se alcoolista devido a um conjunto de fatores, incluindo predisposição genética, estrutura psíquica, influências familiares e culturais. Sabe-se que homens e mulheres têm 4 vezes mais probabilidade de ter problemas com álcool se seus pais foram alcoolistas.
Efeitos do álcool
Geralmente está associado a outras condições psiquiátricas como transtornos de personalidade, depressão, transtorno afetivo bipolar (antiga psicose maníaco depressiva), transtornos de ansiedade e suicídio.
Intoxicação por álcool
Os sintomas dependem da concentração de álcool no sangue. No início do quadro a pessoa pode tornar-se séria e retraída, ou falante e alegre. Podem ocorrer crises de riso ou choro. Em geral ocorre sonolência. Gradativamente o indivíduo começa a perder a coordenação motora, apresentando dificuldade para falar e caminhar. Os reflexos tornam-se mais lentos. Intoxicações graves com concentrações maiores de álcool no sangue podem levar ao coma, depressão respiratória e morte.

Intoxicação patológica 

Caracteriza-se por intensas mudanças de comportamento e agressividade após a ingestão de uma pequena quantidade de álcool. A duração é limitada, sendo comum o black out (amnésia). Pela violência das manifestações pode ser necessário até internar o paciente além de medicá-lo.
Abstinência ao álcool
Ocorre em pacientes que fazem uso de álcool em grande quantidade e por tempo prolongado, e que param de consumir a bebida. Os primeiros sintomas de abstinência iniciam 12 horas após parar de beber. O sintoma mais comum são os tremores, acompanhados de irritabilidade, náuseas, vômitos, ansiedade, sudorese, pupilas dilatadas e taquicardia. Pode evoluir para uma condição clínica mais grave chamada Delirium por abstinência de álcool (antigo Delirium Tremens).

Delirium 

É uma emergência médica e, quando não tratado adequadamente, pode levar o paciente a convulsões e morte em até 20% dos casos. Inicia geralmente na semana em que o paciente pára de beber. O paciente apresenta taquicardia, sudorese, febre, ansiedade, insônia. Pode apresentar alucinações, como, por exemplo, enxergar insetos ou outros pequenos bichos na parede. O nível de consciência do paciente "flutua" desde um estado de hiperatividade até um de letargia.

Como o médico faz o diagnóstico? 

O diagnóstico é feito através de uma anamnese (entrevista) com o paciente e sua família e exame físico. Os exames de laboratório não servem para diagnosticar alcoolismo, porém podem dar "pistas" se o paciente faz uso crônico de álcool, e conseguem dar uma idéia aproximada do grau de lesão de alguns órgãos ocasionado pelos efeitos tóxicos do álcool, como por exemplo no fígado.

Como se trata? 

Em primeiro lugar é preciso esclarecer que não existe um tratamento ideal para o alcoolismo. Por isso os casos devem ser considerados individualmente, e a partir de um bom exame clínico, deve-se indicar o tratamento mais apropriado para cada paciente de acordo com o grau de dependência e do ponto de desenvolvimento da doença em que se encontra a pessoa.
É preciso lembrar que as recaídas são comuns nos pacientes alcoolistas. Na grande maioria dos casos, o próprio paciente não consegue perceber o quanto está envolvido com a bebida, tendendo a negar o uso ou mesmo a sua dependência dela. Nestes casos, pode-se começar o tratamento ajudando o paciente a reconhecer seu problema e a necessidade de tratar-se e de tentar abster-se do álcool. A indicação de internação, pelo menos como fase inicial de desintoxicação, costuma ser a regra.

A nível de ambulatório, os tratamentos disponíveis são: 
*a psicoterapia cognitivo comportamental e
*a psicoterapia de orientação analítica
*realizadas individualmente ou em grupo.

Os grupos de auto-ajuda, como os Alcoólicos Anônimos têm-se mostrado uma das alternativas mais eficazes no tratamento do paciente alcoolista e no acompanhamento de sua família, o que costuma ser indispensável para o bom andamento do tratamento. Algumas medicações podem ser utilizadas para causar uma reação física violenta se a pessoa ingere álcool ou ainda bloquear a vontade e o prazer de beber.

Fonte: ABC da Saúde
Extraído em: http://www.abcdasaude.com.br/artigo.php?16

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